terça-feira, 11 de outubro de 2011

entrevista de aécio neves no estadão: a ineficiência na gestão, o aparelhamento da máquina pública e o atraso que o ex-governador esconde

A imagem que Aécio Neves tenta construir dele mesmo é uma farsa que, repetida tantas vezes pelos meios de comunicação, pode acabar se tornando uma perigosa verdade na percepção do eleitorado brasileiro. Todo mundo conhece aquela história de que uma mentira repetida mil vezes vira uma verdade.

Preocupado em garantir seu lugar nas eleições de 2014, Aécio Neves agora está procurando os holofotes. Depois de umas e outras em Florianópolis, disse que estava pronto para enfrentar até o Papa nas próximas eleições. Numa entrevista ao jornalista Kennedy Alencar semana passada, na Rede TV, reafirmou que estava preparado para ser candidato a presidente. Embora os mineiros tenham se manifestado contra a ideia, hoje o Estadão publicou mais uma entrevista sua na qual ele declara “eu estarei pronto, seja Lula ou Dilma”.

O ex-governador de Minas Gerais, no primeiro ano de seu mandato como senador, não teve nada a declarar sobre seu trabalho legislativo. Aécio Neves tem dado mostras de que ou é muito incompetente e/ou está completamente inebriado pela realização de seu projeto pessoal de ser Presidente da República. Entontecido que está por esta ideia, fez declarações risíveis ao jornal.

A principal delas foi sobre uma improvável disputa com Lula em 2014. Ele afirmou que seria

“a disputa da gestão pública eficiente contra o aparelhamento da máquina pública; a disputa da política externa pragmática em favor do Brasil versus a política atrasada em favor dos amigos. Será o futuro versus o passado”.

Parece piada, mas Aécio Neves atribuiu a si uma “gestão pública eficiente” e se colocou como o “futuro”.

Vejamos quem é quem nesta história:

GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE:


Durante a gestão de Aécio Neves, a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) comprou uma empresa falida – a Light - e hoje divide os enormes prejuízos causados por ela, como a onda de explosões de bueiros no Rio de Janeiro.

Na gestão de Aécio Neves, foram repassados R$ 74 milhões para as chamadas Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). O dinheiro foi pago para que elas realizassem serviços que seriam obrigações da administração pública do Estado fazer. Ele privatizou a sua própria gestão.

Aécio Neves desviou R$ 3,3 bilhões que deveriam ser gastos em saneamento básico entre 2003 e 2008. O Ministério Público ajuizou ação para obrigar o Governo de Minas e a COPASA a devolver o dinheiro aos cofres públicos.

O Governo de Minas vai pagar 2.000% a mais pela área do entorno da Cidade Administrativa porque o governador Aécio Neves não desapropriou os terrenos antes que eles fossem valorizados.

Aécio Neves não conseguiu fazer com que as obras do Estádio do Independência custassem o que estava previsto no projeto original, R$ 12 milhões. Até agora, a previsão é que elas custem aos cofres públicos R$ 95 milhões, mas esse valor pode ser ainda maior.

As obras do Mineirão para a Copa 2014 também são exemplos da péssima gestão de Aécio Neves. O Tribunal de Contas do Estado concluiu que o então governador de Minas Gerais não promoveu licitação para as obras e pagou por serviços não executados causando um rombo de R$ 29 milhões aos cofres do Estado.

Enquanto era governador, Aécio Neves não previu no orçamento para 2011 o pagamento do piso nacional aos professores de MG. O piso nacional já era lei federal, mas ele não se importou. Resultado: os professores entraram numa greve histórica pelo cumprimento da lei, deixando os alunos sem aula durante mais de 3 meses.

Esses foram apenas alguns exemplos da enorme ineficiência da gestão do ex-governador Aécio Neves.

APARELHAMENTO DA MÁQUINA PÚBLICA (A “POLÍTICA ATRASADA A FAVOR DOS AMIGOS”)

Aécio Neves saiu do Governo de Minas, mas continou empregando seus aliados políticos em vários cargos da gestão de Anastasia com o intuito de garantir a fidelidade deles nas eleições de 2014. Vejamos alguns exemplos escandalosos dessa ingerência que transformou o governo Anastasia num verdadeiro cabide de empregos dos amigos de Aécio:

Além de ter garantido o espaço de seus aliados políticos na organização do secretariado de Anastasia, para o Conselho de Administração da Companhia de Gás de Minas Gerais foi nomeado um médico cardiologista que mora em Macapá! Ganhando R$ 6.616,00 mensais, João Bosco Papaléo Paes não compareceu nem na reunião em que foi nomeado! A única justificativa para esta nomeação é o fato de que o distinto conselheiro é ex-senador do PSDB do Amapá e estava sem emprego devido à derrota nas últimas eleições.

Para o Conselho da CEMIG, o Governo de Minas indicou o ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, do PSDB, claro. Ele saiu do Mato Grosso para trabalhar no Rio de Janeiro numa empresa do Governo de Minas com um salário de R$ 9 mil. Questionado, nem Anastasia soube explicar essa indicação.

Mas enquanto ainda era governador, Aécio Neves também garantiu a “boquinha” de seus chegados no dinheiro do contribuinte mineiro. As obras de ampliação e modernização do Expominas, reinaugurado em 2006, foram confiadas pelo Governo Aécio Neves à mesma empresa que foi contratada sem licitação adequada para as obras do Mineirão, a Gustavo Penna Arquitetos. Gustavo Penna retribuiu o favorecimento do governador assinando o manifesto em apoio à sua candidatura nas últimas eleições.

Isso sem contar a nomeação de sua irmã, Andrea Neves para a presidência do Grupo Técnico de Comunicação Social do governo estadual, vinculado à Secretaria de Governo. Aliás, sua atuação no silenciamento da imprensa mineira garantiu a, digamos assim, “discrição” dos jornalistas diante dos inúmeros escândalos envolvendo Aécio Neves.

FUTURO

Aécio Neves quer se colocar como “futuro”, mas ele é parte de um clã que existe em Minas Gerais controlando terras e pessoas no sul do Estado desde o século XIX. A família Neves está para Minas Gerais assim como a família Sarney para o Maranhão.

O poder de Aécio Neves, portanto, é herança de um passado político extremamente atrasado e oligárquico que ninguém quer ver se repetindo no futuro.

Fonte:  Blog Histórias para Boi Acordar

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