quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Professores de Minas publicam contracheques para provar que estado é PSDB*


* PIOR SALÁRIO DO BRASIL
por Luiz Carlos Azenha

Depois de uma campanha midiática em que o governador Antonio Anastasia sugeriu que os professores em greve estavam mentindo sobre os salários pagos a eles pelo governo de Minas Gerais, os profissionais de Educação do estado decidiram publicar os contracheques e encaminhar um kit-salário para os jornais e outros meios de comunicação do estado.

Conversei com Beatriz Silva Cerqueira, a Bia, do Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação em Minas Gerais, o SINDUTE. E, pelo que ela contou, existe um tremendo esqueleto no armário do atual senador e provável candidato ao Planalto, Aécio Neves, esqueleto agora administrado por Anastasia: o choque de gestão.

Mas, antes do esqueleto, a greve: a paralisação atinge, por decisão da Justiça, apenas 50% dos 380 mil trabalhadores em educação de Minas, em todas as regiões do estado.  Ela foi deflagrada, como a greve de Santa Catarina (onde os professores acreditam ter obtido uma importante vitória política), para garantir a implementação do Piso Salarial do Magistério, que é federal e foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em abril deste ano (valor atual de R$ 1.187,00).

Hoje, em Minas, o professor que tem ensino médio ganha R$ 369,00 mensais de salário inicial; o professor com licenciatura plena, R$ 550,00.
Segundo Bia Cerqueira, este ano o governo Anastasia, a partir de uma lei estadual, decidiu aglutinar todas as parcelas que compõem o contracheque dos servidores em um subsídio, que os professores rejeitam considerar como piso salarial, mas sim o total da remuneração.

A adoção do subsídio, segundo Bia, provoca — entre outras coisas — o nivelamento da categoria entre os professores que tem 20 anos de carreira e os que estão começando agora. Uma situação parecida aconteceu em Santa Catarina.

A greve é por um piso salarial de R$ 1.597,00 para os professores de nível médio com jornada de 24 horas.

Bia Cerqueira diz que a política salarial de Minas Gerais em relação aos professores é de “controle” da remuneração, o que seria um dos princípios do “choque de gestão”, que começou a ser implantado pelo ex-governador Aécio Neves. “Você pode demorar 8 anos para começar a receber por uma pós-graduação que tenha feito, você pode demorar de 20 a 25 anos para receber por um mestrado”, ela exemplifica.

“O governo controla a remuneração [dos servidores] para que possa investir em outras áreas que dão retorno melhor para ele”, disse ela, provavelmente se referindo a retorno eleitoral.

Bia inicialmente não entendeu a minha piada: o choque de gestão, disse eu, teria sido de 220 volts, bem na veia do professorado!

Aliás, ela acredita que o tal choque fracassou redondamente. Três exemplos:

* Faltam 1,5 milhão de vagas no ensino básico em Minas Gerais;
* A média de escolaridade do mineiro é de 7,2 anos;
* No vale do Jequitinhonha, a média de escolaridade é de apenas 6,2 anos.

Além disso, o programa que é orgulho do atual governador, Antonio Anastasia, o Professor da Família, para dar apoio a alunos do ensino médio, é bastante precário.

* Por enquanto, atinge 9 dos 853 municípios de Minas Gerais, ou apenas 22 das 4 mil (eu disse quatro mil) escolas;
* Os professores contratados para implementar o programa, que visa dar aulas de reforço para alunos do ensino médio, têm formação de ensino médio, o que contraria a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que exige licenciatura plena.

“Os projetos não correspondem à realidade do estado de Minas Gerais”, diz ela.
Duas grandes dificuldades enfrentadas neste momento pelos grevistas: boicote ativo ou desprezo da mídia local e a postura do Poder Judiciário de Minas Gerais que, segundo a Bia, nunca decide em favor dos educadores.
Para ouvir a entrevista, clique abaixo:





Para acompanhar notícias da greve, vá ao site do SINDUTE.

Ou ao blog da Bia Cerqueira, aqui.

Acompanhe também no Blog do Euler, que tem vários vídeos (sugestão do comentarista Antonio).


PS do Viomundo: Diante da denúncia dos professores em greve de que são muitas vezes desconhecidos pela mídia mineira, pedimos a nossos leitores que nos ajudem a disseminar este post e outras informações sobre a greve no twitter e nas mídias sociais. Agradecemos.

Fonte: Vi o Mundo

A LUTA PELO PISO SALARIAL CONTINUA

O MOMENTO É DE CONTINUIDADE DA GREVE
A demora do Governo de Estado em estabelecer um processo de negociação que modifique o vencimento básico é uma estratégia que explicita a forma de gestão que enfrentamos.
Lidar com movimento organizado seja ele social ou sindical é muito trabalhoso e não é possível estabelecer um controle dele. Por isso enfraquecê-lo, desacreditá-lo como interlocutor da categoria é importante para que não seja um ator no cenário, para que não pressione e portanto não interfira na forma de gestão.
Por isso, para o governo é preciso punir a categoria de modo a mostrar que a organização é uma afronta intolerável. Nesta situação se enquandram o corte de pagamento, a suspensão de ferias-prêmio e o adiamento da posse das novas direções de escola que vivemos neste momento.
Em 2012, haverá eleições, portanto restrições no que diz respeito à política salarial. Por isso a luta precisa conquistar o Piso Salarial este ano.
Não há motivos para o retorno às aulas neste momento. Precisamos conquistar o Piso Salarial.
Por isso a greve continua por tempo indeterminado.
O recuo neste momento não garante o salário, nem as férias-prêmio. É preciso fortalecer ainda mais o nosso movimento e intensificar o retorno à remuneração de vencimento básico. É ela que possibilitará o pagamento do Piso Salarial.
 
ATO EM DEFESA DO PISO
A escadaria da Igreja São José foi o palco da nossa 1a. manifestação no segundo semestre.
O Ato reunião movimento sindical, social e político em defesa da nossa greve e da nossa luta pelo Piso Salarial.
Foi uma ação muito importante porque demonstrou que nã estamos isolados e pudemos aglutir vários movimentos em torno de questão tão sagrada como é a educação. Entre tantas entidades e autoridades presentes, cito algumas:
- Internacional da Educação (IE)
- Bloco Minas sem Censura (Rogério Correia e Elismar Prado)
- Deputado Federal Padre João
- Presidente Nacional do PSTU, Zé Maria
- o MST
- o Sindeletro
- CUT Nacional (Vagner Freitas)
- CUT MG
- CTB
- SindRede
- Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas
- Marcha Mundial das Mulheres
- CNTE (Marta Vaneli, Secretária Geral)
- Sindicato dos Metroviários
e várias outras entidades.
Os estudantes de São José da Lapa estiveram presentes em nossa assembleia manifestando apoio à categoria.
 
CIDADES ATINGIDAS PELA GREVE
A nossa lista aumentou!!!

Abadias dos Dourados, Águas Formosas, Águas Vermelhas, Aimorés, Além Paraíba, Alfenas, Almenara, Andradas, Antunes (distrito de Igaratinga), Araçuaí, Ato Rio Doce, Baguari, Bandeira, Barbacena, Belo Horizonte, Belo Serro,Betim, Bocaiúva, Bonito de Minas, Brasilândia, Buenópolis, Buritizeiro, Cachoeira da Prata, Caeté, Caiana, Cajuru, Camanducaia, Cambuí, Campestre, Campo Belo, Campo do Meio, Campo Florido, Campos Gerais, Canápolis, Capelinha, Capinópolis, Caputira , Carangola, Caratinga, Carlos Chagas, Cataguases, Catajas, Catas Altas, Coimbra, Conceição do Ipanema, Conceição do Rio Verde, Confins, Contagem, Coração de Jesus, Corinto, Coronel Fabriciano, Coronel Murta, Curvelo, Diamantina, Divino, Divinópolis, Divisópolis, Dom Bosco, Dom Cavate, Durandé, Entre Folhas, Esmeraldas, Espinosa, Felício dos Santos, Felisburgo, Fernandes Tourinho, Florestal, Fronteira, Fronteira dos Vales, Frutal, Governador Valadares, Granada (distrito de Abre Campo), Guanhães, Guaraciama, Guarani, Guaxupé, Gurinhatã, Iapu, Ibirité, Igarapé, Ilicínia, Inhapim, Inhauma, Inimutaba, Ipaba, Ipanema, Ipatinga, Iraú, Itabira, Itabirito, Itaguaraçu, Itajubá, Itambacuri, Itanhomi, Itaobim, Itaúna, Ituiutaba, Jaboticatubas, Jacinto, Jaíba, Jampruca, Janaúba, Januária, Jequeri, Jequitibá, João Monlevade, Joponvar, José Raydan, Juiz de Fora, Lagoa Santa, Lajinha, Lavras, Leopoldina, Luislândia, Machado, Manga, Manhuaçu, Manhumirim, Maria da Fé, Mariana, Mário Campos, Martins Soares, Mata Verde, Matias Cardoso, Mato Verde, Medina, Mirabela, Montalvânia, Monte Carmelo, Monte Verde, Montes Claros, Muriaé, Mutum, Nacip Raydan, Nanuque, Naque, Natalândia, Nepomuceno, Nova Era, Nova Lima, Nova Serrana, Nova União, Novo Cruzeiro, Novo Oriente, Ouro Branco, Ouro Preto, Padre Carvalho, Pará de Minas, Passos, Patrocínio, Pavão, Pedralva, Pedro Leopoldo, Pequi, Perdões, Piedade de Caratinga, Piracicaba, Piranguçu, Piranguinho, Pirapora, Planura, Poços de Caldas, Pompéu, Ponte Nova, Porteirinha, Pouso Alegre, Raposos, Reduto, Resplendor, Ressaquinha, Riachinho, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Casca, Rio Espera, Rio Manso, Rio Piracicaba, Rio Pomba, Rubim, Salinas, Salto da Divisa, Santa Bárbara, Santa Helena de Minas, Santa Maria, Santa Maria do Salto, Santa Maria do Suaçui, Santana do Pirapama, Santana do Riacho, Santo Antônio do Jacinto, Santos Dumond, São Cândido, São Gonçalo, São Gonçalo do Rio Preto, São João da Chapada, São João Del Rei, São João do Oriente, São João do Paraíso, São José da Lapa, São José da Varginha, São Miguel do Anta, São Pedro do Suaçui, São Tomé, Sarzedo, Sem Peixe, Senador Mourão, Senhora dos Remédios, Serra do Cipó, Serra dos Aimorés, Serranópolis de Minas, Serro, Sete Lagoas, Simonésia, Sobrália, Tarumirim, Teófilo Otoni, Timóteo, Tocantins, Três Marias, Três Pontas, Turmalina, Ubá, , Ubaporanga, Uberaba, Uberlândia, Umburatiba, Unaí, Urucânia, Vai-Volta, Vargem Alegre, Varginha, Várzea da Palma, Varzelândia, Verdelândia, Vespasiano, Viçosa, Virgem da Lapa, Virgolândia, Volta Grande.
 

Diretoras de sindicato de professores em Ipatinga fazem greve de fome

Duas diretoras estão desde terça-feira acampadas na prefeitura.
Elas estão bebendo apenas água em protesto por aumento salarial.

Do G1 MG

As duas diretoras em uma sala na prefeitura  (Foto: Feliciana Saldanha/Arquivo pessoal) 
As duas diretoras em uma sala na prefeitura
(Foto: Feliciana Saldanha/Arquivo pessoal)

Duas diretoras da subsede de Ipatinga do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) estão fazendo greve de fome desde terça-feira (2). Elas estão acampadas em uma sala perto do gabinete do prefeito se alimentando apenas de água. Os servidores municipais de educação de Ipatinga estão em greve desde o dia 8 de junho. Na mesma data, os servidores do ensino estadual iniciaram paralisação.
De acordo com uma das diretoras, Feliciana Saldanha, a greve de fome começou após a última reunião feita com representantes da prefeitura. “Nós tivemos uma rodada de negociações nesta terça. Fizemos uma contraproposta. O governo fechou as negociações dizendo que iria mandar as respostas por escrito. Vamos parar a greve de fome quando voltarem as negociações”, disse.

A diretora informou que entre as reivindicações da categoria está a integralização do piso salarial. “Temos uma lei municipal que foi aprovada em dezembro de 2010, que visa a implementação gradual do piso. Ela não está sendo cumprida”, falou.
A prefeitura de Ipatinga informou em nota que está analisando a contraproposta apresentada pelo Sind-UTE. Ainda segundo a nota, na segunda-feira (1º), foi feita uma proposta aos servidores de aumento de 6,47% a partir do mês de agosto e de 3,53% retroativo a julho de 2011. O reajuste seria pago a partir de 2012. O objetivo da prefeitura é que as aulas retornem imediatamente. A nota informa ainda que, atualmente, o professor recebe R$ 1.136 para 20 horas semanais.

Fonte:  G1