quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Professores vão receber dias sem aula durante reposição, diz governo

Antonio Anastasia comentou nesta quarta-feira (28) sobre o fim da greve.
Comissão vai discutir melhoria do projeto de reajuste salarial.


Pedro Triginelli Do G1 MG
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, falou nesta quarta-feira (28) sobre o término da greve dos professores da rede estadual, a negociação com a categoria e a reposição dos dias letivos perdidos. Segundo Anastasia, os professores que estavam sem trabalhar vão receber pelos dias parados à medida que o calendário for cumprido. "O pagamento só se dará após as aulas, mês a mês, e haverá um acompanhamento da Secretaria de Educação de uma maneira muito firme", disse. A medida, destacou Anastasia, é para que a reposição aconteça integralmente. A declaração foi dada durante coletiva na Cidade Administrativa convocada pelo governador. Ainda segundo o Anastasia, algumas escolas já iniciaram a reposição das aulas. Nas unidades de ensino em que a greve teve adesão total, o calendário letivo de 2011 vai ser fechado em março de 2012.
Governador Antonio Anastasia entre os secretários de Estado Danilo de Castro, Ana Lúcia Gazzolla e Renata Vilhena. (Foto: Pedro Triginelli/G1)

O fim da greve foi anunciado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute) na noite desta terça-feira (27) e os professores vão voltar às salas de aula nesta quinta-feira (29). A negociação salarial continua e uma comissão com representantes do governo, da categoria e deputados vai ser criada para discutir melhorias no Projeto de Lei 2.355/11, que fixa o piso salarial em R$ 712,20 para uma jornada de 24 horas semanais.

Sobre o projeto de proposição do governo, Anastasia afirmou que ele está fora da pauta de votação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) até que a comissão discuta melhorias. Segundo o governador, desde que o projeto foi proposto, já havia abertura para negociação mas a categoria optou por manter a greve. "Vamos discutir isso [melhorias no projeto] na comissão dentro dos limites do estado", disse.

A paralisação resultou em exonerações. Segundo Anastasia, dois diretores e 30 vice-diretores que ocupavam cargos de confiança e comissionados foram exonerados por aderiram à greve.

Anúncio do fim da greve
Os professores da rede estadual de ensino decidiram suspender a greve da categoria durante reunião na noite desta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhos em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE/MG), a categoria volta ao trabalho nesta quinta-feira (27), e as aulas nas escolas estaduais se normalizam ainda nesta semana.

Ainda segundo o Sind-UTE, a categoria segue em estado de greve e em outubro será feita uma assembleia para avaliação das negociações. A decisão dos trabalhadores foi tomada após uma reunião realizada na tarde desta terça-feira, na Cidade Administrativa, entre o secretário de estado do governo, Danilo de Castro, e deputados.

No encontro foram apresentadas algumas propostas aos professores grevistas. A Secretaria de Estado de Educação disse que as proposições já haviam sido feitas anteriormente.

Entre as propostas estão a criação de uma comissão para negociação salarial, formada por representantes do governo, deputados e sindicato; a reversão de algumas punições impostas a categoria decorrentes da greve; e a suspensão do Projeto de Lei 2.355/11, que prevê mudanças na política salarial dos servidores da educação do estado.

A secretária de Educação, Ana Lúcia Gazzola, disse ao G1 que o ano letivo vai ser cumprido em todas as escolas de “forma correta”, ou seja, como prevê a lei. A greve dos professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais durou 112 dias.

Fonte:  G1

Educadores suspendem a maior greve da história de Minas (Trecho do original)

Após 112 dias de uma heroica greve, educadores suspendem a maior greve da História de Minas. Governo reconhece o direito ao piso na carreira e faz proposta de pagamento escalonado, entre 2012 e 2015. Detalhes serão negociados por uma comissão formada por sindicato, deputados e governo. Designados não serão demitidos. Houve pequenos avanços em relação ao que era admitido pelo governo, mas ainda não é aquilo que defendemos. Mas, a categoria em assembleia, analisando o desgaste de manter a greve por mais tempo, e com o risco de demissão dos designados - e considerando que o governo se comprometeu a retirar o projeto de lei que acabaria com a carreira dos educadores -, aprovou, por maioria, a proposta do governo.

Foi um dia de luta e de negociações. Quando chego na ALMG, qual era o cenário? De um lado, uma dezena de barracas, onde nossos bravos guerreiros passaram toda a semana em vigília. Na entrada daquela Casa, os colegas Marilda e Abdon, em greve de fome desde o dia 19. No plenário principal, cerca de 30 educadores acorrentados desde o dia 26 à tarde. E no pátio da ALMG, milhares de educadores e apoiadores, à espera do início da assembleia da categoria. E finalmente, a direção do sindicato reunia-se com deputados que estabeleceram negociações com o governo.

Uma reunião demorada, que levou toda a tarde. Somente no final da tarde é que tivemos a informação que a comissão do sindicato estaria a caminho para trazer uma proposta do governo.

Mais cedo um pouco eu andei pelo pátio e conversei com bravos guerreiros e guerreiras de todas as regiões. As informações que eu recebia, pelo menos a maioria delas, não eram muito animadoras: boa parte da categoria em greve, após a decisão do TJMG e do STF pela abusividade da greve, somando-se às ameaças de demissão pelo governo, estaria retornando ao trabalho. Mas, era possível dizer que o NDG ainda estava lá, firme e disposto a manter a greve.

É preciso aqui reconhecer que uma parte muito expressiva da nossa categoria, que permaneceu em sala de aula, não teve uma compreensão da importância da nossa luta, e com isso acabou contribuindo para as investidas do governo.

Durante 112 dias, ouvimos do governo que sua prioridade absoluta era o subsídio, que o piso estava em extinção, e quando foi obrigado a dar alguma prova de que pagava o piso, enviou aquele projeto de lei que iguala os 712,00 para todos.

A expectativa da categoria em assembleia era a de que o governo apresentasse alguma proposta decente. Afinal, se estávamos desgastados, o governo estava pressionado. Mas, mesmo assim, era um expectativa que imediatamente se transfigurava em descrença de que o governo pudesse apresentar qualquer coisa.

Logo que chegou da reunião com uma comissão dos deputados, que por sua vez estiveram com o governo, a coordenadora do sindicato leu a proposta do governo para os trabalhadores em assembleia.

Antes, porém, fiel à descrição do cenário da assembleia, é preciso registrar a presença de valorosos apoiadores, que chegaram em colunas durante à tarde: estudantes, sem-terra, e trabalhadores de várias categorias, promovendo uma bonita confraternização entre os de baixo. A nossa greve conseguiu construir uma importante unidade de vários movimentos e grupos sociais e políticos, que precisa ser preservada e aprofundada.

A proposta do governo era mais ou menos a seguinte: o governo reconhecia o nosso direito ao piso na carreira. O que não deixou de ser um avanço, já que até então isso não acontecera. Mas, ao invés de pagar o piso imediatamente, como defendemos, o governo se comprometia a pagar o piso na carreira de forma escalonada, entre 2012 e 2015. Nisso o governo seguiu a mesma lógica que adotou com as polícias militar e civil e Corpo de Bombeiros, e também com o subsídio.

Para discutir e negociar os detalhes da aplicação do piso na carreira seria formada uma comissão, composta por membros do sindicato, deputados e o governo. Essa comissão realizaria a primeira reunião já na quinta-feira.

O sindicato teria conseguido incluir, entre os pontos citados, a não demissão dos designados, o que fora aceito pelo governo. De acordo com o governo, cerca de 250 designados seriam demitidos nesta quarta-feira. A aceitação da proposta do governo pela categoria suspenderia essas demissões.

O sindicato teria solicitado ainda a inclusão de dois itens, que até o momento não foram aceitos pelo governo, mas que poderão fazer parte da negociação com a citada comissão: o pagamento de salário, em outubro de 2011, para os grevistas; além da anistia total em relação aos 112 dias de greve.

Em suma, o governo reconhece o direito ao piso, aceita não destruir a carreira, mas adia o pagamento do piso, o que se daria de forma escalonada.

Claro que a proposta não atendia àquilo que buscávamos. Mas, naquele momento, percebia-se que o que estava em jogo ali era uma análise da nossa capacidade de resistir mais uma, duas, ou três semanas, sem salário, com os designados ameaçados ou demitidos, e a greve enfrentando um momento de refluxo em função das decisões do TJMG e do STF e de outras pressões.

Seria possível manter a greve com o núcleo duríssimo da greve? Sim, seria possível. Mas, isso poderia levar a um desgaste desnecessário, sem perspectiva de vitória a curto prazo. Nosso maior problema, naquele instante, não era tanto em relação ao governo e sua máquina, mas em relação à nossa própria categoria. Parte expressiva dela não aderiu à greve desde o começo. Uma outra parte aderiu depois. Mas, nos últimos dias, boa parcela dos colegas em greve começaram a retornar, por conta das decisões judiciais citadas, e das pressões de alguns diretores de escola, dos substitutos e também por conta da fragilidade política, ficando à mercê das propagandas do governo.

O comando Estadual de greve, do qual participei, avaliou que era o momento de propor para a assembleia a suspensão da greve. Uma espécie de recuo estratégico, que acontece nas lutas sociais. Quando não se tem força para vencer um inimigo poderoso numa batalha, busca-se recuar, acumular força, para depois golpeá-lo.

Então eu vejo a decisão tomada pela categoria em assembleia nem tanto como uma aceitação da proposta do governo, mas como o reconhecimento da nossa impossibilidade de continuar em greve por um tempo maior. Continuar não apenas por continuar, mas com força suficiente para impor uma derrota ao inimigo. Se a greve se esvaziasse por si, sem uma retirada coletiva e deliberada em assembleia, o desgaste da categoria seria maior. Ao contrário, a suspensão da greve de forma organizada, com um compromisso de negociação com o governo em andamento, propiciaria uma retomada da luta com mais vigor, se necessário for.

Pude perceber que muita gente não concordou com a decisão tomada. Temos que respeitar essa posição. Mas, devemos fazer um esforço para manter a nossa unidade e entender a nossa luta como um processo que não para. Numericamente, algo em torno de 25% da assembleia queria continuar a greve. Mas, a grande maioria votou em favor da suspensão com esta compreensão que eu procurei explicar. Mas, de maneira alguma se abriu mão do piso. Até porque nós temos elementos que nos favorecem para um período próximo. Vejam:

a) em janeiro haverá novo reajuste no valor do piso, que é determinado pelo MEC e que terá que ser aplicado automaticamente pelos estados e municípios;


b) em 2012, Minas passa a receber verba extra de R$ 1,2 bilhão para o FUNDEB, e com isso poderá requisitar a respectiva complementação dos recursos pela União - o que abre a possibilidade para pressionar o governo a pagar o piso integral em 2012;


c) em breve, o acórdão do STF terá transitado em julgado, com as definições precisas acerca do cumprimento da Lei do Piso.

Logo, podemos dizer que a greve fora suspensa, mas a luta pelo piso na carreira continua. Dentro em breve terá reunião da comissão de negociação com o governo, depois reunião do Comando geral e nova assembleia geral da categoria para avaliar e votar os encaminhamentos e propostas.

Infelizmente, a vida mostra que não se consegue arrancar todas as reivindicações numa só luta. Uma coisa é a nossa vontade; outra coisa a nossa possibilidade real. Há um processo em curso, que envolve a correlação de força entre as partes. Na avaliação da categoria, considerando a correlação de força atual, com os aspectos políticos e jurídicos que a cercam, era preciso suspender a paralisação.

Mas, a nossa greve trouxe outros elementos que não podemos desprezar. Entre eles, a nossa auto-organização pela base, o desmascaramento do conteúdo dos poderes constituídos, da mídia, e da cumplicidade entre os diversos governos para nos esmagar. Conseguimos apoio à nossa causa e podemos trabalhar isso melhor até transformar a nossa luta numa grande causa regional e nacional.

... Continua ... Maiores detalhes no link a seguir:

Fonte: Blog do Euler

Deus lhe Pague!!!

É... A greve acabou.... ao menos por enquanto e neste instante com aquele gosto meio amargo e meio torto de: E ai?!?!

Não sei também, compartilho com todos os meus colegas de giz na mão a grande expressão de dúvida do que de fato ocorre nas bandas de lá...

Mas aprendi desde criança que agradecer é bom e mesmo que seja com ironia o agradecimento ainda é melhor do que a ofensa direta e irada.

Pois bem... Que assim seja...

Excelentíssimo Sr. Governador anastAZIA, Deus lhe Pague!



obs: Muitos vídeos existem disponíveis na net, mas esta interpretação de Elis Regina, seu olhar ao cantar... ahhh sim... É exatamente assim que todo o povo mineiro deveria cantar para o chefe de seu executivo...